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Sistema português recarrega implantes eletrónicos

António Abreu, Estudante de doutoramento de Sustentável de Sistemas de Energia no âmbito do Programa MIT Portugal, atualmente a desenvolver trabalho de investigação no Laboratório Nacional de Energia e Geologia IP (LNEG), desenvolveu um sistema não invasivo para recarregar baterias de implantes eletrónicos. Este sistema permite uma vida mais longa dos dispositivos implantados no corpo humano, tais como pacemakers e desfibriladores, retardando consideravelmente a intervenção cirurgia habitual de substituição de baterias internas.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, as doenças cardiovasculares são uma das principais causas de morte. Em último recurso, os pacientes com doença cardiovascular podem necessitar de cirurgia para implantação de dispositivos médicos para ajudá-los a executar as funções básicas e a promover a qualidade de vida. No entanto os referidos dispositivos médicos, tais como o pacemaker que envia impulsos elétricos para o músculo do coração de forma a manter um ritmo cardíaco adequado, necessitam de uma fonte de energia tipicamente assegurada por uma bateria que, quando descarregada, torna necessária uma nova intervenção para um novo procedimento cirúrgico, semelhante à implantação inicial, para substituir o dispositivo.

Com o carregador de baterias não-invasivo para implantes cardíacos eletrónicos, a necessidade de nova intervenção cirúrgica é reduzida. Nestes casos, o paciente não precisa de ser submetido a nova operação para mudar as baterias de cinco a sete anos, uma vez que estas são recarregáveis através da energia que atravessa o corpo por via transcutânea. António Abreu acrescenta que "O processo desenvolvido também permite definir um consumo de energia personalizado, isto é, o fluxo de energia pode ser regulado e adaptado de acordo com as necessidades do dispositivo electrónico e da patologia do paciente. Ela garante simultaneamente o fornecimento de energia e a um canal de comunicação com o operador no exterior para efeitos de diagnóstico e reprogramação do implante. Nestas circunstâncias, não haverá demanda de energia a partir da bateria interna ".

Em 2009, e ainda como projeto de investigação, o protótipo foi galardoado com uma menção honrosa do Prémio Engenheiro Jaime Filipe relativa à conceção referente a desfibrilhadores implantáveis recarregáveis.

O protótipo, patenteado por António Abreu nos EUA e na Europa, com a colaboração e apoio do PRIME (Programa de Incentivos à Modernização da Economia) e aprovado pela Comissão Europeia, foi inicialmente concebido para aplicação nos pacemakers mas, atualmente, e de acordo com os desenvolvimentos clínicos e o aperfeiçoamento da técnica, pode ser adequado a outros dispositivos de alta potência, tais como, desfibriladores, corações elétricos artificias, bombas de insulina ou outro tipo de próteses internas.

Além disso, o mesmo princípio de transmissão de energia que permite o fornecimento a tensões elétricas reduzidas, mostrou ser também replicável para otimizar a transmissão de energia elétrica em sistemas de transporte e de distribuição (rede elétrica) permitindo a redução dos custos associados às parcelas de energia e de potência imputados ao consumidor.

In MIT Portugal

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