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A Covela, que foi de Manoel de Oliveira, voltou a produzir vinho.

Um empresário brasileiro e um ex-jornalista inglês percorreram as regiões vinícolas portuguesas, assim como as vinhas de Itália e da Alemanha. O objectivo era encontrar um local ideal para a produção de vinho. E foi em Entre-Douro-e-Minho que encontraram a propriedade que melhor se adaptava aos objectivos. Compraram a Quinta de Covela, uma propriedade que em tempos pertenceu ao cineasta Manoel de Oliveira, investiram quatro milhões de euros e acabaram de lançar as primeiras garrafas no mercado.

"A quinta tem uma beleza singular, com edifícios antigos e vistas para o rio Douro, um interessante passado e uma marca já construída, de vinhos de qualidade." É desta forma que Tony Smith justifica a aposta na Quinta da Covela, com o apoio do sócio brasileiro Marcelo Lima que detém a maioria do capital.

Os dois investidores equipa­ram a adega e replantaram vinhas com o "objectivo de recuperar a produção, que chegou a atingir 70 mil garrafas/ano, e recons­truir a marca", que chegou a res­ponder por vinhos distinguidos como dos 50 melhores do país.

Tony Smith, que está à frente do projecto, direccionou esfor­ços para a produção de vinho branco, uma aposta que preten­de ir de encontro à "actual ten­dência mundial, que está em crescimento" de consumo de vi­nho. As primeiras seis mil garra­fas de Covela branco chegaram agora ao mercado, que também irá receber "uma novidade, que é o primeiro vinho verde da Covela na história recente da quinta", adianta Tony Smith. Já no final do ano está previsto o lançamen­to do vinho tinto.

O agora viticultor inglês pre­tende que a Quinta da Covela volte dentro de três a quatro anos ao nível produtivo de outras épocas, sendo que a maioria da pro­dução será de brancos (70%) e a restante de tintos. Tony Smith não quer para já adiantar previ­sões de vendas, mas espera cati­var o mercado português que es­tima deverá responder por um peso 20% da facturação. O co­nhecimento de mercados como o inglês, o brasileiro e o norte-americano fazem-no antever bons canais para a exportação dos vinhos da Covela. "Em 2012, o vinho que mais cresceu no Bra­sil em termos de consumo foi o português", salientou.

in Diário Económico 2013/03/26

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